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Universidade Relação entre o cérebro e os testículos

14-06-2021

Uma equipa multidisciplinar de investigadores das universidades de Aveiro, Porto e Birmingham realizaram um estudo comparativo entre o cérebro e os testículos, tendo concluído que o cérebro e o testículo partilham aspetos funcionais, essenciais para garantir a evolução e a integridade da nossa espécie. O que estes dois órgãos têm em comum pode ainda ajudar a compreender patologias que afetam ambos e encontrar tratamentos dirigidos.
Intitulado ‘Brain and testis: more alike than previously thought?’, o estudo publicado na prestigiada revista científica Open Biology, da The Royal Society, sugere que o cérebro e o testículo têm o maior número de genes expressos em comum de todos os órgãos. Margarida Fardilha, investigadora responsável pelo trabalho adianta ainda que também partilham o maior número de proteínas comuns, comparando 28 tecidos do corpo humano: das 14315 e 15687 proteínas existentes no cérebro e no testículo, respetivamente, 13442 são comuns.
Já Bárbara Matos, primeira autora do estudo, explica que em ambos os órgãos existem células de suporte especializadas, no cérebro são os astrócitos e no testículo as células de Sertoli, ambas com funções muito similares na nutrição dos neurónios e espermatozoides. Stephen Publicover, da Universidade de Birmingham acrescenta que tanto no neurónio como no espermatozoide a sinalização através do ião cálcio é central, pois ambos os tipos celulares necessitam de gerar sinais para que ocorra a libertação do cálcio e assim se desenvolvam respostas fisiológicas adequadas.
Pedro Esteves e Filipe Castro, também autores do trabalho, elucidam que as semelhanças entre estes dois órgãos, aparentemente tão distintos, podem relacionar-se com o papel central que desempenham na especiação, o processo de formação de novas espécies. Se este padrão se repete noutras espécies de mamíferos, nomeadamente genericamente em Primatas, é uma pergunta chave para a fase seguinte desta investigação.
Os investigadores envolvidos pertencem ao Instituto de Biomedicina (iBiMED) da Universidade de Aveiro, Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO) e Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), ambos da Universidade do Porto, e à Universidade de Birmingham.

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