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Diretor Fundador: João Ruivo Diretor: João Carrega Ano: XXVII

35 anos da UBI marcados com homenagens Reitor critica subfinanciamento

24-05-2021

O subfinanciamento da Universidade da Beira Interior (UBI) foi uma das ideias fortes no discurso de António Fidalgo, no âmbito da cerimónia comemorativa dos 35 anos da instituição. O ainda reitor da UBI lembrou, no entanto, que apesar desta situação, agravada pela pandemia, a universidade conseguiu manter os níveis de exigência e de captação de novos estudantes.
Ainda assim, não deixou de alertar para o facto de que “é muito graças aos múltiplos projetos de investigação e inovação que a UBI tem conseguido suprir o clamoroso subfinanciamento por parte do Orçamento de Estado”. António Fidalgo deu conta de que, “pelas contas do nosso próprio ministério estamos, em média, subfinanciados em 35 por cento”, havendo “outras instituições que são sobrefinanciadas em outro tanto, o que significa que nós, em relação a algumas instituições de Ensino Superior recebemos do Orçamento de Estado menos 60 por cento que eles por cada um dos nossos alunos”.
O reitor sublinhou, ainda, que a UBI está a fazer um investimento de cerca de 1,8 milhões de euros, para reforçar a sua atratividade, tendo encerrado o ano de 2020 com um saldo positivo a rondar os 90 mil euros.
O ano de 2020 foi, de resto, um ano atípico fruto da pandemia, mas que denotou a força da instituição. “Na universidade, as salas de aula, os corredores, a biblioteca, os bares e outros espaços comuns ficaram vazios. Não obstante isso, a Universidade da Beira Interior manteve-se em funcionamento”, salientou, “mantendo os apoios sociais, alojamento, refeições, biblioteca e aulas a funcionar através de ferramentas digitais”. “Graças ao empenho de todos, conseguimos encerrar o ano letivo de 2019-2020 com um êxito similar aos dos anos anteriores. Não há dúvida que a UBI soube superar com mestria as dificuldades impostas pela pandemia e mostrar que a chama académica que a anima é bem viva”, acrescentou.
Enquanto lidava com as limitações da pandemia, a UBI continuou a crescer em oferta formativa, em número de alunos e de docentes. Entre as Instituições de Ensino Superior localizadas no Interior de Portugal, a UBI é a única a oferecer primeiros ciclos de Matemática e Física (dois dos mais recentes cursos da instituição), ultrapassou os 8.000 alunos e aumentou o número de estudantes estrangeiros.
“O ano de 2020 foi também um ano em que vimos coroados de sucesso os esforços de internacionalização e afirmação europeia. Além das Universidades de Lisboa, Porto, Aveiro e Coimbra, a UBI é uma das cinco universidades públicas portuguesas a integrar o universo das universidades europeias”, disse António Fidalgo, ciente que a UNITA – Universitas Montium, financiada pela União Europeia no montante de 5 milhões de euros, “tão bons auspícios dá para a criação de um verdadeiro campus universitário europeu de línguas românicas”.
“Este é o último dia da universidade a que presido. Dia 8 de junho teremos a tomada de posse do novo Reitor, o professor Mário Raposo. Para mim, foi um privilégio ter servido a UBI como Reitor ao longo dos últimos anos. Candidatei-me, dizendo que era um imperativo e não um objetivo, e é com o mesmo sentido de dever que quero continuar e que terei o mesmo empenho como professor”, concluiu António Fidalgo em jeito de despedida pública do cargo.
Antes, deixou uma palavra ao sucessor, Mário Raposo, “o primeiro UBIano a ser Reitor e, portanto, desejo-lhe os maiores sucessos à frente da universidade”.
Deixando algumas palavras de agradecimento ao trabalho de cooperação entre a equipa reitoral e a Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI), o líder dos estudantes aproveitou também a ocasião para sublinhar que “é imperativo que os direitos dos estudantes não sejam suspensos. Não é concebível que pelo segundo ano consecutivo vimos retirada uma época de exames aos estudantes. É imperativo que ninguém fique para trás”, reiterou Ricardo Nora. “Que os estudantes, que viram a sua situação financeira comprometida, não se vejam obrigados a abandonar os estudos, que os estudantes com necessidades educativas especiais sejam tidos em conta, para que caminhemos cada vez mais para a construção de uma universidade agregadora e inclusiva”, vincou o presidente da AAUBI.
O presidente do Conselho Geral da UBI tomou também a palavra, num discurso onde a palavra forte foi o futuro. “Cumpre-nos estar à altura do nosso passado, mas mais do que isso, saber estar à altura do presente para poder estar à altura do futuro que queremos construir”, referiu. Para Hugo Carvalho, “o futuro é o resultado do que podemos fazer hoje e ter um país de gerações é ter um país capaz de sonhar, de imaginar, de inovar e de olhar o futuro em comunidade. É ter um país que não deixa ninguém para trás e onde as pessoas não perdem, escolhem. Esse futuro começa aqui, é construído aqui, e festejar este aniversário não é, por isso, um exercício de passado, foi para mim um grande impulso para o futuro”.
Durante a cerimónia foram também entregues medalhas a docentes e funcionários que completaram 20 anos de serviço ou que se aposentaram até 30 de abril de 2021. Foram ainda outorgadas Cartas de Agregação, distribuídas Cartas Doutorais e Diplomas, além da entrega do prémio VitalMobile - Gonçalo Belo. O momento foi também aproveitado pelo Ensino Magazine para reconhecer o trabalho desenvolvido pela UBI nestes 35 anos, com a entrega de um salva de mérito, por parte do seu diretor, João Carrega, ao reitor da universidade.
Antes da cerimónia oficial, as comemorações dos 35 anos da UBI arrancaram de manhã com duas homenagens a duas figuras incontornáveis da história da instituição. Cândido Passos Morgado, Reitor Emérito, fica imortalizado através de um busto instalado no claustro da Reitoria. Carlos Melo Gonçalves, antigo responsável pelos Serviços Académicos e Chefe de Gabinete do Reitor, falecido no início deste ano, dá agora nome à Sala de Doações da Biblioteca Central.

Rafael Mangana
(Urbi et orbi)
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