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Covid-19: Estudo de Coimbra comprova Perfecionistas sofreram mais

18-10-2021

Um estudo sobre o papel do perfecionismo no sofrimento psicológico durante a pandemia de Covid-19 acaba de mostrar que as pessoas perfecionistas sofreram mais durante a pandemia de Covid-19, conclui a equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) que desenvolveu esta investigação pioneira em termos internacionais.
Desenvolvido por investigadores do Instituto de Psicologia Médica da FMUC, dirigido pelo professor catedrático António Macedo, em colaboração com a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC), o estudo foi publicado na revista científica Personality and Individual Differences, com o título ‘COVID-19 psychological impact: The role of perfectionism’.
As pessoas mais perfecionistas “tiveram mais medo da COVID-19, pensaram mais repetida e negativamente sobre a pandemia e as suas consequências e isso levou a que tivessem mais sintomas de depressão, ansiedade e stress”, explica Ana Telma Pereira, docente da FMUC e coordenadora do estudo.
O perfecionismo é um traço de personalidade caracterizado pela tendência para estabelecer padrões de desempenho excessivamente elevados, “acompanhada de (auto)avaliação demasiado crítica e evitamento de falhas. As pessoas perfecionistas têm risco elevado de sofrer de ansiedade, depressão e stress”, esclarece.
A amostra do estudo foi constituída por 413 adultos, homens e mulheres, da população portuguesa, recrutados entre setembro e dezembro de 2020. Embora as mulheres tenham demonstrando níveis mais elevados de “perfecionismo (na sua dimensão autocrítica), pensamento repetitivo negativo (preocupação e ruminação) e perturbação psicológica do que os homens, as três facetas do perfecionismo que avaliámos, e que são atualmente as consideradas mais relevantes (perfecionismo rígido, autocrítico e narcísico), tiveram este efeito de aumentar a perturbação psicológica, independentemente do género”, realça.
Tendo em conta que o perfecionismo tem vindo a aumentar significativamente nas duas últimas décadas, principalmente entre os jovens, falando-se mesmo de uma “epidemia de perfecionismo”, Ana Telma Pereira nota que os resultados evidenciam que «o perfecionismo deve ser tido em conta na avaliação, prevenção e tratamento do impacto psicológico da(s) pandemia(s), pois “é difícil alterar a personalidade, mas é possível ajudar as pessoas a reconhecer os seus traços e a desenvolver formas de lidar com os acontecimentos de vida que sejam menos negativamente influenciadas por eles”.

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