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Diretor Fundador: João Ruivo Diretor: João Carrega Ano: XXVII

Medidas tomadas na pandemia Docentes estão divididos

17-05-2021

As medidas do Ministério da Educação para combater a pandemia foram analisadas por 280 professores inquiridos pelo Centro de Investigação em Educação (CIEd) da UMinho, tendo sido consideradas inadequadas para 44% dos inquiridos, enquanto 35% concordaram e os restantes 21% não emitiram opinião. A falta de condições sanitárias nas escolas foi a maior preocupação registada, destacou o coordenador do estudo, José Augusto Pacheco.

A investigação ‘Perceções dos professores sobre o ensino à distância’ consistiu num inquérito online em janeiro, com a colaboração das duas associações de diretores de escolas públicas. Aqueles docentes avaliaram as políticas públicas aplicadas no primeiro confinamento (recursos no ensino à distância, acesso a computador e Internet, iniciativa #EstudoEmCasa, entre outras) e avaliaram também o arranque do presente ano letivo (recuperação das aprendizagens e condições sanitárias, por exemplo).

Sobre o período de março a junho de 2020, a maioria dos professores inquiridos concordou que a adoção quase generalizada do ensino à distância exigiu uma adaptação às tecnologias digitais, funcionou por diversos canais de mediação, aumentou a burocracia, gerou um “novo normal” escolar, alterou a relação professor/aluno, agravou as desigualdades entre alunos nas suas aprendizagens, reduziu o nível das aprendizagens e penalizou mais os estudantes alvo de educação inclusiva.

Os professores inquiridos sugeriram, na sequência deste quadro sanitário, a valorização da educação para a cidadania centrada em problemas dos alunos, a adaptação do currículo ao contexto destes, as práticas curriculares que evidenciem os resultados, a autonomia curricular da escola e uma maior consciencialização ambiental. Admitiram igualmente que a escola “adquiriu protagonismo social” na pandemia, o que deu alguma satisfação pessoal e profissional aos docentes, mas esse contexto sanitário não contribuiu para valorizar a sua profissão.

Aliás, os professores mostraram nas perguntas abertas do estudo “uma vontade clara em manifestar a sua posição sobre o impacto da pandemia no seu trabalho”, verificou José Augusto Pacheco. O CIEd pretende agora aprofundar a investigação sobre o tema, englobando uma perspetiva mais interdisciplinar e usando uma amostra mais significativa.

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