O setor agroalimentar português representa 10,7% do emprego, 11% das importações e mais de 7% das exportações, sendo que o ritmo das exportações tem vindo a aumentar 5% ao ano face às importações de bens e serviços na última década, com efeitos positivos no saldo comercial agroalimentar.
A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) iniciou, a 2 de dezembro, um ciclo de debates sobre os "desafios e oportunidades no setor agrário", dedicado às questões da sanidade vegetal, numa altura em que se comemora o ano internacional da fitossanidade e num modelo que coloca os jornalistas a ouvir e a moderar, e empresários, políticos, investigadores e estudantes a debater o futuro do setor. A formação das atuais e das gerações mais velhas também será discutida.
O ciclo de webinars marca o início de um debate mais alargado sobre os desafios e oportunidade no setor agrário, promovido pela UTAD. A presidente da Escola de Ciências Agrárias e Veterinárias da UTAD, Ana Paula Silva, impulsionadora do ciclo de conferências, acrescenta que efetivamente é preciso dar voz às questões emergentes da sanidade vegetal enquadrada no conceito "one health", a par da gestão sustentável dos recursos naturais e genéticos, da inovação e digitalização na agricultura, do combate às alterações climáticas e da valorização do espaço rural.
Na sessão de abertura do primeiro debate, o presidente do Instituto Nacional de Investigação Agrária (INIAV), Nuno Canada, referiu que a produção agrícola poderia ser superior em 40%, caso não existissem pragas e doenças. Acrescentou que um dos desafios da agricultura se centra na resposta alimentar, face ao aumento mundial da demografia anunciado pela FAO, referindo que a produção de alimentos tem de aumentar em 50 a 60% até 2050. Adianta que este desafio mostra que é determinante apostar em mais conhecimento e inovação, de forma a ultrapassar as ameaças globais.