O novo presidente do Politécnico de Leiria, Carlos Rabadão, considera que a instituição reúne, após 40 anos de existência, “as condições para se afirmar como Universidade. Uma Universidade completa que, para além do ensino politécnico, ministre também o ensino universitário, à semelhança do que acontece em algumas universidades portuguesas, podendo outorgar todos os graus académicos previstos na lei. Já demonstrámos que temos o potencial e as condições necessárias para ser Universidade”.
Carlos Rabadão falava durante a sua tomada de posse, no passado dia 22 de setembro, no auditório 1 da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Politécnico de Leiria.
Na sua intervenção o novo presidente do Politécnico de Leiria defendeu a “a criação de uma aliança com a região onde o instituto está inserido, através de um novo paradigma da presença do Politécnico de Leiria nas empresas, nas autarquias, nas escolas e na sociedade civil, apostando numa efetiva ligação à região, para auscultar o pulsar das necessidades e dos desafios da região e apresentar as respostas em consonância”.
A esta aposta, Carlos Rabadão pretende aumentar o investimento em Investigação & Desenvolvimento na região, tal como referiu no seu plano de ação.
A questão dos recursos humanos também foi salientada. Nessa perspetiva Carlos Rabadão quer “colocar as pessoas no centro das preocupações, procurando promover o seu bem-estar no trabalho e o importante equilíbrio entre a vida profissional e pessoal”, com o foco na gestão de carreiras das pessoas para reter talento.
Numa intervenção objetiva, onde procurou focar os pontos que faziam parte do seu programa de ação com que se candidatou ao cargo, Carlos Rabadão falou também da adequação da oferta formativa às mutações sociais e tecnológicas emergentes, e em “estabelecer normas comuns para o desenvolvimento de formações que possam ser reconhecidas em todo o espaço europeu e que assegurem a qualidade, a transparência e a comparabilidade das formações”.
O sucesso académico é outra das prioridades do novo presidente do Politécnico de Leiria, tendo anunciado algumas estratégias para fomentar o sucesso académico e mitigar o risco de abandono, como a criação de um programa institucional de acolhimento e de integração.
Numa perspetiva de sustentabilidade e tendo a neutralidade carbónica como objetivo, Carlos Rabadão propõe um “plano para a redução de emissões de gases com efeitos de estufa, a incorporação de energias renováveis e eficiência energética nos campi”.
No que respeita à investigação, a aposta passará por “dinamizar a criação e a integração de novos polos de Investigação & Desenvolvimento em áreas consideradas estratégicas para a região, nomeadamente nas áreas dos recursos minerais e da sustentabilidade, em Porto de Mós, e na área da Saúde, através da concretização da adesão à rede de Centros Académicos Clínicos”.
A questão do alojamento também não foi esquecida. Carlos Rabadão salientou o projeto de construção de novas residências para estudantes e a reabilitação das já existentes, a criação de espaços pedagógicos previstos no contrato-programa de financiamento no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência e o desenvolvimento de esforços para a obtenção de financiamento para a construção da nova Escola Superior de Educação e Ciências Sociais. Outra das metas é o investimento na manutenção e na modernização dos espaços de ensino, não esquecendo o objetivo de tornar o Politécnico de Leiria «mais verde», com um plano de arborização e regeneração os espaços exteriores.
A cerimónia foi presidida por Pedro Lourtie, presidente do Conselho Geral do Politécnico de Leiria, o qual aproveitou para proferir palavras de agradecimento ao presidente cessante, Rui Pedrosa, e à sua equipa, pelo «excelente trabalho”, deixando a a expectativa a Carlos Rabadão de trabalharem em conjunto para a afirmação do Politécnico de Leiria.
Por sua vez, Rui Pedrosa, agradeceu a todas as pessoas e entidades que nos últimos quatro anos do seu mandato trabalharam em conjunto e em parceria. “Sempre, este crescimento contínuo, fez com que hoje o Politécnico de Leiria fosse uma instituição de ensino superior pública, plena nas suas dimensões de ensino, investigação, inovação e serviço à sociedade. Hoje é uma instituição de ensino superior pública, sem muros, aberta, plural, multicultural e que tem um conhecimento ao serviço da comunidade e das pessoas. Foi uma honra ter sido presidente do Politécnico de Leiria. Nos últimos quatro anos, onde as conquistas foram muitas, vivemos dois anos e meio de uma crise pandémica, e muitas vezes escrevi e disse, porque verdadeiramente acredito nisso: Juntos somos sempre, sempre muito mais fortes. Continuamos juntos”.
A nova equipa
Carlos Rabadão empossou também a nova equipa diretiva do Politécnico de Leiria. Como vice-presidentes tomaram posse Pedro Assunção, Graça Poças Santos e José Frade. Os pró-presidentes, que também assumiram o novo compromisso, são João Pedro da Silva, para as Infraestruturas e a Sustentabilidade Ambiental; Carolina Henriques, para a Saúde, a Qualidade de Vida e o Bem-Estar; e Nuno Almeida, para a Inovação, o Empreendedorismo e as Relações Internacionais. Foi ainda nomeada a nova administradora do Politécnico de Leiria e dos Serviços de Ação Social, Marisa Gomes.