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Politécnico Maria José Fernandes é a primeira mulher a presidir ao CCISP

29-04-2022

Maria José Fernandes tomou posse, no passado dia 27 de abril, como presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP). É a primeira mulher a exercer o cargo. A cerimónia, realizada no Instituto Politécnico de Setúbal, contou com as presenças das ministras dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes; da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa; do secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Ferreira; da secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira; e do ex-ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, que foi distinguido com a medalha de ouro de mérito do CCISP.

A também presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, sucede no cargo a Pedro Dominguinhos que exerceu aquelas funções durante os últimos dois mandatos. Maria José Fernandes é licenciada em Gestão, Doutorada em Ciências Empresariais  (área da Contabilidade) e tem o título de agregada em Gestão pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa (ISEG). É, desde 2017, presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) e, desde 2018, assumia funções como vice-presidente do CCISP.

É presidente do Colégio de Especialidade de Contabilidade Pública da Ordem dos Contabilistas Certificados e Professora Coordenadora principal na Escola Superior de Gestão do IPCA.

Maria José Fernandes pretende "afirmar o ensino superior politécnico no panorama nacional e internacional e contribuir para os objetivos no âmbito da Agenda Europeia 2030".

A nova presidente do CCISP defende que a visão estratégica dos Politécnicos, enquanto agentes de transformação das sociedades e das regiões onde atuam, deve continuar a orientar-se para a concretização dos desafios societais, através do desenvolvimento de atividades de ensino, investigação e de interação com a sociedade que promovam a aquisição das futuras competências avançadas.

Em nota enviada ao Ensino Magazine, pelo CCISP, é explicado que para o seu mandato, Maria José Fernandes tem como "objetivo continuar a afirmar o ensino superior politécnico no panorama nacional e internacional, em articulação permanente com todo o ecossistema: tecido empresarial, autarquias, instituições púbicas e privadas, famílias, entre outras".

Ao nível da "investigação, desenvolvimento e inovação, o objetivo é alinhar toda a estratégia com os European Innovation Hubs, promovendo, desta forma, o aumento do impacto societal da atividade realizada e, consequentemente, provocando a transformação das regiões e o seu desenvolvimento sustentável". Mas para a concretização desse objetivo, a presidente do CCISP diz ser "fundamental que os Politécnicos possam atribuir o grau de Doutor, pelo que esta será uma das prioridades deste início de mandato. Muito em breve será novamente submetida, na Assembleia da República, a iniciativa legislativa de cidadãos para que os Politécnicos possam atribuir o grau de Doutor e vejam, ainda, alterada a sua designação para Universidades Politécnicas”.

No entender de Maria José Fernandes, há "reformas fundamentais a serem concretizadas nos próximos anos, em que o CCISP pretende ter um papel preponderante, nomeadamente, a Revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) e o Estatuto da Carreira de Pessoal Docente do Ensino Superior Politécnico, diplomas estruturantes para o sistema de ensino superior. O CCISP quer participar e ser parte integrante no processo de transformação social e de desenvolvimento cultural de Portugal”.

Outra das apostas do CCISP passa por os "Politécnicos reforçarem a sua contribuição para os objetivos no âmbito da Agenda Europeia 2030, designadamente com a qualificação e formação ao longo da vida - quer de jovens, quer de adultos - e com a melhoria de competências das pessoas, em qualquer domínio da sociedade, enquanto motor fundamental do processo de desenvolvimento e transformação económica e social que se pretende. Para este propósito, o CCISP conta também com a implementação dos programas Impulso (Jovem e Adultos), aprovados em todos os Politécnicos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência português e que estão já em desenvolvimento, bem como com os programas de digitalização e de sustentabilidade que estão em curso, e, ainda, com o reforço da ação social e da implementação do plano nacional do alojamento no ensino superior".

Na cerimónia, Pedro Dominguinhos referiu que o ensino superior cumpriu a sua missão em não "discriminar pela condição económica e social, promover a democracia e o desenvolvimento". Salvaguardou ainda o facto de as regiões estarem hoje "mais prósperas e internacionais com horizonte de esperança diferente dos de há 48 anos atrás".  

Aquele responsável parabenizou a nova presidente do CCISP dando parecer da sua visão estratégica e por superar os objetivos que lhe são propostos. 

Por sua vez, o secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Teixeira, recordou que o percurso do CCISP "tem instituições, tem rostos. Uns a desempenhar funções neste momento outros que deram ao longo de décadas o seu contributo para o ensino superior politécnico". O secretário de estado referiu ainda o compromisso das instituições de ensino superior para o país e para o contributo para a coesão territorial. 

 

Medalha de ouro para Manuel Heitor 

Manuel Heitor, que nos últimos seis anos exerceu o cargo de Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, recebeu a Medalha de Ouro de Conhecimento e Mérito do CCISP, pela dedicação e trabalho de excelência desenvolvido em prol da afirmação do ensino superior português (em particular do politécnico) e da investigação, ao nível nacional e internacional. 

O ex-governante aproveitou para dedicar a medalha aos "jovens e familiares que acreditaram no ensino superior politécnico e que hoje transformam empresas com os conhecimentos adquiridos". Agradeceu ainda a todos os que com ele trabalharam pois "conseguiram garantir um sistema de ensino diferenciado e de qualidade numa revolução silenciosas".

A terminar lançou o desafio de que não chega ter um diploma ou um grau no ensino superior, é preciso abrir novas oportunidades e garantir o acesso à educação, isto numa altura em que foi revelado que 35% dos jovens com 20 anos está no ensino superior. 

 

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