As escolas Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) e Superior de Saúde (ESS) de Viana do Castelo (IPVC) estão a desenvolver, até 2023, o projeto Rn Health Tech, que consiste na caraterização dos edifícios à exposição profissional do gás radão e na realização de um estudo sobre a prevalência da morbilidade pulmonar no Alto Minho, no sentido de perceber se há uma relação direta com a existência do gás radão.

Caso essa relação se verifique, o projeto irá desenvolver ferramentas online que permitam a avaliação e análise de risco e promover a literacia para a saúde, criando materiais interativos para a capacitação de crianças e de jovens. Até outubro são apresentados os resultados da caraterização dos edifícios à exposição profissional do gás radão.

"O gás radão existe na natureza em abundância. No ambiente exterior não tem impacto na saúde, porque a sua diluição na atmosfera leva a concentrações muito baixas. Mas em ambientes interiores, se existirem concentrações médias de gás radão, no limite do que é aceitável, a pessoa pode aumentar a probabilidade de contrair cancro do pulmão e isso é um fator de risco", explica Sérgio Lopes, professor da ESTG.

O gás radão, esclarece ainda o investigador, "está diretamente associado à prevalência da rocha granítica, que tem predominância nas zonas onde existe maciço granítico, que é no Alto Minho, em Trás-os-Montes e na zona da Beira Interior, sobretudo, na Guarda". Importa por isso desenvolver ferramentas online que permitam a avaliação e análise de risco da exposição ao gás radão, gerando um indicador de qualidade do ar, que "possa ser mais inteligível e ser usado pelo cidadão de forma mais simples”, conclui.