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Escola 1,2 milhões de alunos já estão em ensino a distância

08-02-2021

1,2 dois milhões de alunos do ensino básico ao secundário encontram-se desde hoje (8 de fevereiro) em ensino a distância. A pandemia de Covid-19 obrigou à interrupção das atividades letivas presenciais nas escolas portuguesas.

Este novo período de ensino a distância levou a Direção Geral de Educação a enviar para as escolas orientações para a gestão dos momentos síncronos e assíncronos, e que passam por acautelar diferentes aspetos, a saber:

- O tempo de atenção dos alunos e a fadiga de ecrã, variável em função das idades, estilos de aprendizagem e ritmos de diferentes turmas;

- A diversificação de metodologias ao longo de cada aula, estimulando-se a atenção, o trabalho individual e em pares e acautelando-se a o excessivo recurso a métodos unidirecionais, seguindo-se as sugestões da UNESCO sobre a duração das unidades com base na capacidade dos alunos;

- O acompanhamento efetivo dos alunos nas aprendizagens desenvolvidas ao longo de cada semana.

- E uma constante monitorização pelas estruturas das escolas da eficácia das opções tomadas para a maximização das aprendizagens dos alunos.

 

Regresso com desafios e constrangimentos

Se no ano passado o novo regime surpreendeu a comunidade educativa, desta vez já se previa essa possibilidade quando, há duas semanas, se anteciparam as férias e suspenderam as aulas.

Quando anunciou a medida, o primeiro-ministro, António Costa, disse que esperava que a interrupção das atividades presenciais fosse “de curta duração”, mas poucos dias mais tarde admitia que a retoma dificilmente seria possível ao final dos 15 dias previstos e que a alternativa seria o ensino ‘online’.

Apesar de este ser um cenário para o qual as escolas deveriam estar preparadas desde o início do ano letivo, conforme as orientações do Ministério da Educação, os alertas de que nem todos os problemas foram resolvidos chegam de diretores escolares, professores e pais, que antecipam o regresso com preocupação e esperança que dure pouco tempo

Em declarações à Lusa, os presidentes de duas associações de diretores confirmaram que as escolas e os professores estão hoje mais bem preparados para o ensino a distância, mas preveem, ainda assim, constrangimentos semelhantes aos registados no ano passado.

Na lista das preocupações, constam sobretudo a falta de computadores e acesso à Internet para acompanhar as aulas ‘online’, a fragilidade de alguns alunos decorrente do seu contexto familiar e socioeconómico, e a dependência dos alunos mais novos.

Para minimizar algumas dificuldades, da parte do Governo há a promessa de mais 335 mil computadores, que deverão ser distribuídos ao longo do 2.º período, além da compra de outros 15 mil ainda sem data prevista para chegar, e dos 100 mil já entregues em novembro.

Há também o programa #EstudoEmCasa, lançado no ano passado, que continua a transmitir aulas na RTP Memória, e novas orientações do Ministério da Educação para as aulas ‘online’, para que haja “um equilíbrio entre atividades síncronas e assíncronas”, em função dos níveis de ensino e das turmas.

As estruturas sindicais têm manifestado nos últimos dias desagrado com a forma como o regresso do ensino tem sido gerido e o Sindicato de Todos os Professores (STOP) anunciou que vai manter um pré-aviso de greve de uma semana, a partir de hoje, exigindo condições para o ensino à distância e acusando o Governo de “irresponsabilidade”.

Esta decisão prende-se, diz o sindicato, com “a irresponsabilidade do Governo em não ter garantido as condições para o ensino à distância”, bem como “as condições para todos os profissionais da educação e alunos que irão para as escolas”.

O STOP queixa-se de falta de meios informáticos e acessos à Internet para alunos e professores e faz críticas à atual situação dos professores com filhos menores.

“Esta greve nacional de 8 a 12 de fevereiro [uma semana a contar de segunda-feira], além de pressionar o Governo a melhorar as condições, permitirá que os profissionais de educação que sintam a sua saúde e vida em risco a possam salvaguardar”, refere o sindicato.

Por seu turno, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) falava, na sexta-feira, em "confusão instalada" em algumas escolas, na véspera de retomarem o ensino a distância, com alguns diretores a convocarem professores para darem aulas a partir da escola.

Essa opção, explicou na altura o secretário-geral, Mário Nogueira, estaria a ser tomada para responder às necessidades dos alunos que não têm como aceder às aulas ‘online’ e que, por isso, teriam aulas presenciais, ao mesmo tempo que o professor transmitia a aula para os alunos em casa, numa espécie de regime misto.

À semelhança do que aconteceu no ano passado, algumas escolas vão manter-se abertas para acolher os filhos de trabalhadores essenciais, e agora também as crianças com necessidades educativas e todos aqueles identificados como pertencendo a grupos de risco.

No total, são cerca de 700 escolas, que a meio da semana passada eram frequentadas por mais de 2.500 alunos, esperando-se mais com o início das aulas.

Além destes grupos, os diretores escolares e as famílias querem que estas escola possam também ser uma opção para as crianças com maiores dificuldades de acesso ao ensino ‘online’ e em contextos familiares mais frágeis.

As escolas encerraram as portas há duas semanas e as crianças e jovens ficaram em casa, numa pausa letiva que será compensada com aulas nos três dias de férias do Carnaval, em outros três dias da Páscoa e durante mais uma semana no final do ano letivo.

O ensino a distância durará pelo menos duas semanas, mas o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, assegurou que a prioridade do Governo é abrir as escolas o mais rapidamente possível, uma decisão que dependerá da evolução da pandemia de covid-19.

EM com LUSA
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