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Diretor Fundador: João Ruivo Diretor: João Carrega Ano: XXVII

Entrevista É preciso inovar nas ideias para ganhar o jogo a este vírus

30-09-2020

Das origens na Covilhã, passando pelo curso no Politécnico de Castelo Branco, sem esquecer as experiências como treinador em diversos clubes da Beira Baixa. Um caminho descrito, na primeira pessoa, por Joel Rocha até chegar à sua «cadeira de prazer e de paixão», onde está há seis anos, como treinador de futsal do Benfica.

As suas raízes são na Beira Baixa, tendo nascido na Covilhã. Como é que surgiu o interesse pela modalidade?

O meu primeiro contacto com o desporto, tinha uns 10 ou 11 anos, foi no futebol na Associação Desportiva da Estação, um clube da Covilhã, que era a referência no distrito em matéria de formação. Estive nesse clube, ligado às camadas de formação, até aos 17 ou 18 anos. Nessa altura ingresso no ensino superior, mais concreto na Escola Superior de Educação (ESE) do Instituto Politécnico de Castelo Branco, para iniciar a licenciatura em Educação Física.

Mas no futebol tinha jeito para a coisa?

Nem por isso. Eu costumo dizer que aos 15/16 anos diagnosticaram-me uma «lesão» ao nível do… talento. Mas nunca desisti. Hoje em dia, olhando para trás, posso afirmar que uma das minhas características atuais – a resiliência – veio dessa altura. E porquê? Mesmo não sendo um jogador que tenha figurado nas primeiras escolhas dos treinadores ao longo da minha carreira, enquanto infantil e juvenil, tal nunca me levou a faltar a um treino, fizesse sol ou chuva. E como imagina na altura os campos eram pelados e a cidade da Covilhã, especialmente no inverno, não é muito acolhedora do ponto de vista meteorológico. E nunca questionei as opções dos treinadores. Nunca virei a cara ao clube e à equipa, por uma questão de compromisso.

A licenciatura afastou-o da prática desportiva, fixando a sua residência durante a semana em Castelo Branco…

Quando entrei na ESE deixei de jogar para me concentrar nos estudos. Quando entro para o último ano do curso, isto em 2003/2004, verifico que temos apenas a cadeira de estágio, o que me permitia dispor de muito tempo livre. Como nunca fui dos que gostava de estar parado, fiz formação complementar na Associação de Futebol de Castelo Branco na área de cursos de treinador, sempre na ótica da aquisição de conhecimentos. Fiz o nível I e o nível II de futebol e o nível I e nível II de futsal. Mas nunca tive o sonho de ser treinador. Em conversa com os docentes da ESE, perguntei se havia algum clube na cidade onde pudesse partilhar os meus conhecimentos. Passado uns dias, soube que a Associação Cultural e Desportiva da Carapalha, localizada num bairro de Castelo Branco, estava a pensar abrir o escalão de juvenis de futsal. Vou falar com o presidente e aceito o desafio. Ofereciam-me… 62 euros por mês. O dinheiro para mim era o menos importante, mas era um montante que mal dava para eu ir da Covilhã a Castelo Branco uma vez por semana.

E como é que se continuou a preparar para mais este desafio?

Como autodidata que sempre fui, procurei obter mais conhecimento. Como a internet ainda estava a dar os primeiros passos, fui para a biblioteca da ESE pesquisar e a fotocopiar todos os livros de futsal existentes e que me pudessem dar mais saber sobre a modalidade. Havia apenas um site nacional sobre a modalidade que era o «Futsal Portugal», mas mesmo aí retirei todos os conhecimentos que lá estavam, táticos, de metodologia de treino, etc.

E como correu a adaptação?

O primeiro ano foi de aprendizagem. Entretanto, também terminei o meu curso. Em termos disciplinares, a experiência não correu da melhor forma, porque a cada 15 dias eu era expulso do banco. Obviamente que tive grandes responsabilidades para que boa parte desse comportamento tivesse sido penalizado. Há uma história que não me canso de recordar: num dos meses o presidente do Carapalha aproxima-se de mim para pagar e quando abro o envelope reparo que vem menos dinheiro do que ele me prometera.

Não me diga que descontou o valor das multas no seu salário?

Precisamente. Vinham lá 8 euros. O que faltava foi direitinho para pagar as multas. Agradeci e fui-me embora. Foi uma história que me ficou na memória e 16 anos passados é com saudade que a recordo. Tive a felicidade de me cruzar ao longo da vida com pessoas que me foram educando e ensinando desta maneira.

Terminado o curso, regressa à sua terra natal, a Covilhã…

Os meus pais já não conseguiam suportar as despesas com a casa que eu tinha em Castelo Branco. Acabei por regressar à Associação Desportiva da Estação, onde tinha jogado, mas para ser treinador do escalão de infantis e ajudar na coordenação técnica e pedagógica em todos os escalões de formação do clube. Nesse ano começo a ter uma intervenção no escalão de «benjamins» do clube da Covilhã e posteriormente começo a fazer parte da equipa técnica dos juniores, que disputava o campeonato nacional. E acabei também por assumir a equipa de juvenis, nos últimos três meses da época.

É caso para dizer que foi quase tudo no clube da Estação…

Acabei por dar o meu contributo em enquadramentos que não estavam previstos. Durante essa época desportiva, 2004/2005, fui convidado pelo professor João Paulo Matos – que foi meu treinador nos iniciados – para ser treinador adjunto das seleções distritais de futsal, juntamente com o professor Zé Luís – meu treinador dos infantis. Fiquei surpreendido porque estava a treinar futebol de “7” e de “11”, mas aceitei o convite, até porque eles identificaram em mim características de personalidade, liderança e organização que me deixaram bastante lisonjeado. Era mais um desafio e um momento único de aprendizagem.

Presumo que lhe começaram a pagar mais de 62 euros…

Não tinha um contrato formalizado, mas já recebia uma quantia que me permitia honrar algumas despesas, nomeadamente as provenientes do carro que os meus pais me compraram. No final dessa temporada, o Zé Luís leva-me para adjunto dele na Associação Desportiva do Fundão, na segunda divisão. Em 2005/2006 o objetivo seria subir à primeira liga. Informei o presidente da Desportiva da Estação, o Sr. Vítor Rebordão, que tudo fez para me manter, mas argumentei que não se tratava de dinheiro, tratava-se de uma questão de aprender, evoluir e progredir na carreira.

Apesar das pressões, vai para o Fundão…

Tive uma reunião com o presidente da AD Fundão, que me faz a proposta para eu ser treinador adjunto dos seniores e treinador dos juniores, em futsal. Apresenta-me a proposta e ainda assim tive pressões do Sr. Vítor Rebordão para me manter na Covilhã. Em 2005/2006 a AD Fundão sobe à primeira divisão, escalão onde ainda hoje se encontra. Tive quatro anos como adjunto do Zé Luís no Fundão. Nesse período treinei os juniores e depois tive uma experiência com os juvenis e a equipa sénior feminina. Havia dias em que tinha três treinos. Eu passava mais tempo no pavi lhão municipal do Fundão do que em casa. Foi uma experiência muito rica e que ainda hoje me marca bastante em muitas das decisões que tomo, sempre com muita dedicação e paixão em tudo o que aceito envolver-me. Posteriormente, saio do Fundão e regresso à cidade da Covilhã para voltar a colaborar com a Desportiva da Estação, já com um contrato de trabalho de 14 meses.

Em 2010 não perdeu de vista a sua formação académica e fez a sua tese de mestrado na Universidade da Beira Interior sobre «a influência do estilo de liderança no rendimento individual e coletivo». O que é que concluiu?

No meu estudo procurei determinar até que ponto um treinador consegue influenciar, negativa ou positivamente, o desempenho de uma equipa e de um jogador. Independentemente da qualidade dos jogadores, o papel do homem do leme é fundamental e decisivo. Mas tenho a convicção plena que as duas são importantes. Mas um líder é aquilo que é enquanto pessoa, a sua cultura, as suas vivências, a sua educação, no fundo, características e saberes que foi refinando e modelando ao longo da vida. Um treinador de uma equipa de alto rendimento ou um gestor de uma empresa de topo precisam de ser líderes, assentando a sua postura em valores pessoais, identidade e personalidade.

O que faz a diferença entre os que chegam ao topo e os que não conseguem lá chegar?

Sempre foi uma permanente inquietação saber o que distingue os bons dos menos bons. Nisto interfere os estilos de liderança e a forma como são vistos, percecionados e replicados pelos liderados. É fundamental saber como é que um treinador, que lidera tantas personalidades e sensibilidades distintas, consegue que estes atletas se comprometam e se entreguem por um mesmo objetivo.

Em 2014 dá o salto para o Sport Lisboa e Benfica. Como é que surgiu o convite para vir para Lisboa?

Antes de ir para o Benfica, regressei à AD Fundão, onde estive quatro anos e o percurso culminou com a vitória do clube da Beira Baixa na Taça de Portugal e o posto de vice-campeão nacional, a seguir ao Sporting. Três horas após a época ter terminado, recebi um SMS do assessor do presidente Luís Filipe Vieira para as modalidades. Fiquei surpreendido e dei a mensagem a ler à minha mulher. No dia seguinte respondi à mensagem, pedindo que estava disponível para falar. Ato contínuo, o telefone toca e troco algumas palavras com o dirigente do Benfica. Na terça-feira à tarde dois dirigentes do clube da Luz viajam até à Covilhã para terem uma reunião comigo. Falámos durante três horas. E devo confessar que o dinheiro foi a última coisa abordada. Disso falámos cerca de 15 minutos. O que me interessava era que as condições apresentadas para o funcionamento da estrutura do futsal do clube fossem as que eu exigia. Chegámos a acordo e na sexta-feira dessa semana fui apresentado no Estádio da Luz para treinar a equipa principal de futsal do Benfica.

É treinador do clube da Luz há sete temporadas e renovou contrato em agosto. Está, como disse uma vez André Villas-Boas, na sua cadeira de sonho?

Eu estou numa cadeira de orgulho, de prazer, de paixão e também de muita responsabilidade. Eu nunca pensei ser treinador e muito menos de uma equipa de futsal de primeira divisão. A vida foi-me proporcionando oportunidades que eu agarrei de forma convicta, dedicada e apaixonada. E dou por mim a ser convidado para treinar o Benfica por ser competente. Isto é a prova de que, afinal, também é possível chegar a um clube grande tendo por base este critério. Estou num clube de eleição, de dimensão mundial, tenho orgulho e sinto um privilégio enorme pela função que desempenho. Mas quero continuar, todos os dias, a melhorar e não paro de procurar conhecimento para ser ainda melhor no meu desempenho. Só para ter uma noção: a minha equipa técnica é constituída por sete pessoas que são especializadas em áreas de intervenção complementares como a nutrição, a psicologia, a fisiologia, a fisioterapia e a comunicação social. Num clube com a dimensão do Benfica precisamos de ser líderes todos os dias, mas precisamos que, quem connosco trabalha, nos reconheça essa liderança com naturalidade e não por imposição. E sinto que as relações pessoais e institucionais com jogadores e toda a estrutura são muito saudáveis, partilhadas e responsáveis. Costumo dizer aos meus jogadores o seguinte: não negoceio e não abdico de valores como o caráter, a personalidade, o respeito, a humildade, o saber estar e o saber ser. Ponto final parágrafo.

Evoluiu muito como técnico nestes anos no Benfica?

O treinador Joel Rocha não tem nada a ver com a pessoa que chegou ao Benfica há sete anos. Mas esse mérito não se deve só a mim, é partilhado por muita gente.
O ano 2020 está a ser marcado pela pandemia e foi praticamente perdido, também para as modalidades de pavilhão, que pararam em março. Como é que se conseguiu manter os jogadores ligados?
Nas primeiras duas semanas de confinamento, que englobou a segunda quinzena de março, permitimos que cada um dos atletas ganhasse o seu espaço sozinhos nas suas casas. Ou seja, não incomodámos o espaço de ninguém, para que as famílias fossem protegidas. Passámos ao plantel uma mensagem de responsabilidade pessoal, social e familiar.

Em abril começaram aquilo a que chamou os «treinos coletivos virtuais». Como decorreram?

Propusemos uma readaptação à atividade desportiva e começámos por fazer, uma vez por dia, através da plataforma de videoconferência Zoom, uma conversa informal entre todos como se fosse uma reunião no balneário, sobre o quotidiano deles em casa. É neste momento que começa a intervenção de dois gabinetes determinantes nesta etapa: nutrição e psicologia. A nutrição passou a acompanhar à hora os hábitos alimentares dos atletas, no sentido de travar o ímpeto normal de os atletas ao estarem fechados em casa terem a tentação de abrirem mais vezes do que deviam o frigorífico.

A parte da psicologia foi provavelmente a mais delicada. Como é que se lida com atletas fechados em casa?

Em primeiro lugar, dando-lhes estratégias para minimizarem os níveis de ansiedade e de tédio. Por exemplo, se eles diziam que estavam a ver notícias permanentemente, era passada a mensagem que deviam ver apenas os noticiários do almoço e do jantar para não os sobrecarregar com informação negativa. Mas sabíamos que não era fácil. Eu próprio dei por mim a contar os minutos para o início do “briefing” diário da Direção Geral da Saúde. Outro ponto em que agimos foi nas rotinas, que muitos de nós perdemos. O que fizemos? Voltámos a criar rotinas. Assim, todos os dias, às 10 da manhã marcámos um treino coletivo por videoconferência, em que o nosso fisiologista distribuía atividade física aos atletas, como abdominais, flexões, etc. Também fizemos aulas de yoga, uma de dança e posteriormente começámos com toques na bola – ainda assim, creio que ninguém partiu vidros ou móveis lá em casa. Houve também alturas em que lhes dissemos para trazerem as mulheres e os filhos para as atividades.

Entretanto, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anuncia o fim das temporadas desportivas, exceto para o futebol profissional. Que estratégia foi seguida?

Simulámos precisamente o encerramento da época, com reuniões individuais, coletivas, relatórios e plano de férias, com enfoque nos aspetos psicológicos, fisiológicos e nutricionais. Passámos a falar com os atletas de forma mais esporádica, sendo que arranjámos uma estratégia para ser um elemento diferente da equipa técnica a ligar aos jogadores. Quisemos que eles se sentissem sempre acompanhados. A verdade é que desde o dia 12 de março até agora, nada nos faltou do ponto de vista do acompanhamento direto e específico da estrutura de futsal do Benfica.

O Benfica foi dos poucos clubes que não entrou em lay-off. Isso deu estabilidade aos jogadores?

Nas modalidades o Benfica também não entrou em lay-off, mas propôs uma redução de 30 por cento dos vencimentos nos últimos três meses de contrato da época passada. Repito: propôs. As cinco modalidades profissionais do clube responderam 100 por cento afirmativamente. E isto é a consciência da parte dos atletas e dos restantes elementos da estrutura que essa era a altura para podermos ajudar o clube.

Regressaram aos treinos após decisão do clube, mas ainda não há data para o início da competição. Como é tem sido este regresso sem perspetiva de jogar ao mais alto nível?

A equipa de futsal do Benfica regressou aos treinos no início do mês de agosto, mas ainda com muitos condicionalismos. Contrariamente aos que achavam muito preocupante a perda de massa muscular ou o ganhar de massa gorda por parte dos atletas, eu entendo que o mais dramático de tudo foi que nestes meses se perderam relações. No futsal preciso da solidariedade do meu colega de equipa. Esta pandemia retirou-nos os contactos. Somos uma equipa apaixonada a jogar e perdemos inclusive a relação com a bola. Perderam-se relações de associação um com o outro. O meu instrumento de trabalho, enquanto treinador, é o computador e os livros, mas para os jogadores o instrumento de trabalho é a bola.

A DGS deu a 25 de agosto luz verde para a retoma das modalidades em pavilhão. O futsal está na categoria de risco médio. Qual é a sua expetativa para o regresso, mesmo sem público, provavelmente em outubro?

Ponto prévio: a vida atualmente e nos próximos três/quatro anos, mudou. Nada vai ser igual. Isto pressupõe decisões novas, atitudes novas e comportamentos novos. E não posso repetir algo que já fiz, já que o contexto é diferente. Partindo deste pressuposto, parece-me importante que todas as atividades a seu tempo regressem à normalidade. Concordo que o futsal regresse, mas tem de ser de forma controlada. O mesmo acontece, por exemplo, com a escola. Por isso, voltar à competição em outubro é um cenário razoável e possível, com as melhores condições de higiene e segurança para todos. Neste contexto, jogar sem público tem de ser entendido como um mal necessário. Até que este vírus seja erradicado tem de haver uma grande responsabilidade de todos os cidadãos, em ambiente familiar, social e profissional, como agentes de saúde pública que somos.

O futsal é a segunda modalidade mais popular do país, à frente do hóquei em patins e do basquetebol. Segundo números de 2019, existiam 36 mil praticantes federados, sendo que 72 por cento são da formação, com idades compreendidas entre os 5 e os 18 anos. Esta é a garantia da afirmação desportiva e social da modalidade nos anos mais recentes?

A modalidade teve um crescimento e uma adesão popular incrível nos últimos anos. Mas os últimos meses, em consequência direta da pandemia, são preocupantes e podem implicar um grande retrocesso nos escalões da formação. Ainda hoje, a capa do jornal «A Bola» anunciava um colapso nas modalidades ao nível da formação e da captação de novos talentos. É uma notícia cruel, dura, mas verdadeira. A grande maioria dos clubes – principalmente os que não reiniciarem atividade – pode fechar portas, por falta de condições financeiras e isso vai levar a que os jovens deixem de praticar atividade e que muitos profissionais na área técnica e saúde deixem de exercer as suas funções. Sem rendimento, não há procura e não há investimento. Mas tenho uma esperança que partilho do fundo do coração: o ser humano português é altamente resiliente e é muito estratega ao ponto de contornar dificuldades, para encontrar soluções. É preciso inovar e por em prática uma engenharia financeira e uma engenharia nas ideias para o ganhar o jogo a este vírus.

Uma pergunta final. Portugal foi campeão da Europa em 2018. Para quando um título mundial que nos catapulte para a maior potencia da modalidade?

Foi um título justo, merecido e com qualidade. É preciso elogiar o esforço de investimento e reorganização que a FPF fez nesta modalidade nos últimos 10 anos e que está a dar os seus frutos, nas competições nacionais e também ao nível das seleções. O futsal português é na atualidade uma referência e está na vanguarda a nível mundial. Quanto ao campeonato do mundo, digo isto: quem é campeão europeu tem de aspirar a chegar longe no mundial. No último mundial fomos derrotados nas meias finais. Penso que a ambição para o próximo certame – que estava previsto para este ano na Lituânia – será manter o «top 4» e melhorá-lo. A pandemia é o dado novo, com a particularidade de ter afetado todo o mundo e em consequência todas as seleções. Veremos quem reage melhor a esta paragem prolongada e quem chega ao mundial, em 2021, melhor preparado.

CARA DA NOTÍCIA

O 4.º melhor treinador do mundo

Joel Rocha tem 38 anos. Nasceu na Covilhã a 18 de outubro de 1981. Treina a equipa sénior de futsal do Benfica desde 2014. Pelo clube da Luz venceu a primeira liga em 2014/15 e 2018/19, a Taça de Portugal, em 2014/15 e 2016/17 e a Taça da Liga e a Supertaça por duas ocasiões consecutivas. Obteve o terceiro lugar na UEFA Futsal Cup, em 2015/16. Anteriormente, evidenciou-se na AD Fundão, onde venceu a Taça de Portugal e foi vice-campeão nacional, em 2013/14. No ano passado foi votado o 4.º melhor treinador do mundo pelo site especializado «Futsal Planet».

Nuno Dias da Silva
Sport Lisboa e Benfica
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