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Ensino Superior Aprender a reaprender

20-01-2022

O desejo de melhorar a vida é uma constante do género humano e são variadas as formas para conseguir concretizar o objetivo. Há quem decida jogadas mais ou menos arriscadas, seja a raspadinha, o totoloto, o euromilhões, ou ainda as feéricas cenas dos casinos online, que as TV’s publicitam com o objetivo imediato de esmifrar a bolsa dos espetadores viciados. Há quem vá mais longe e se especialize em explorar a chamada “economia paralela”, outros afundam-se em negócios ilegais, mas é bom não esquecer o ditado que diz “a vida de ladrão é boa, mas dura pouco”.
Todos os outros, os que escolhem melhorar a vida apostando em si próprios, nas suas capacidades e competências agem de forma diferente: apostam na vontade de trabalhar e progredir, muito embora de início possam experimentar alguma ansiedade, tanto mais compreensível quanto a complexidade da vida moderna demonstra que saberes e competências que ontem eram sólidas e seguras, hoje respondem mal às exigências do mercado do trabalho.
Face à rápida evolução científica e tecnológica, como proceder para ultrapassar mais esta curva apertada da vida individual e coletiva?
Nunca na história da humanidade a evolução dos conhecimentos foi tão rápida e exigente. Existe uma consciência generalizada de que é necessário adquirir mais e melhores conhecimentos em todas as áreas de especialidade de forma a reciclar saberes e adaptar competências às necessidades das funções profissionais. E se é certo que “na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, como ensinou Lavoisier, também não é menos certo que é da natureza humana ser vagarosa, ou renitente em aprender a desaprender, sobretudo quando os conhecimentos antigos se transformaram em hábitos fossilizados na memória, ou em convicções mais arraigadas.
Daqui decorre o princípio de que aprender a reaprender será a melhor forma de garantir um futuro melhor. A decisão de adquirir conhecimentos novos e mais atualizados não é um fim em si mesmo, mas o início de um processo que visa melhorar a qualidade de vida. Os portugueses têm hoje sobre a mesa orçamental o maior pacote financeiro da União Europeia. É um desafio único, que impõe a todos reciclar imediatamente conhecimentos nas respetivas áreas da vida profissional a fim de respondermos positivamente ao maior repto de modernização de Portugal.
Para se poder triunfar individual e coletivamente é fundamental não esquecer que as primeiras lições - quiçá as mais importantes - assentam sobre uma premissa fundamental: é necessário desaprender boa parte do que está desatualizado para poder - de cabeça limpa - assimilar e pôr em prática conhecimentos atuais que garantam uma posição competitiva na sociedade do conhecimento. Aprender a reaprender uma e muitas vezes no decurso da vida vai ser a regra e não a exceção dos tempos das nossas vidas.
Saberes e tecnologias incentivam o cultivo da curiosidade, o aprofundar da relação entre teoria e prática. É útil experimentar e utilizar as ferramentas necessárias ao desenvolvimento das competências individuais e coletivas pelo que se considera que o conjunto de ações acima descritas não é apenas um fim em si mesmo, antes visa desenvolver processos e procedimentos que só se estabilizam a partir do momento em que se integram na relação dinâmica entre ser e agir, hábito indispensável ao triunfo da prosperidade, individual e coletiva.

Carlos Correia
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